Limitação da emissão de gases de efeito estufa, desmatamento e crescimento econômico no Brasil: uma análise prospectiva
Publicado em 03/12/2021

Resumo: De acordo com o Painel Internacional sobre Mudança Climática (IPCC em inglês) o aquecimento global, pelas suas repercussões sobre o clima, representa uma séria ameaça à Humanidade. O objetivo do artigo é analisar as restrições ao crescimento econômico do Brasil colocadas pelas metas propostas pelo IPCC em 2014 para a limitação do aquecimento global, considerando a importância das emissões provocadas pelo desmatamento. Após a introdução, na segunda seção é realizada uma análise da emissão de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil entre 1990 e 2018. Na terceira seção é apresentado um modelo que relaciona a emissão de GEE com o Produto Interno Bruto (PIB) e a com a população. Na quarta seção são apresentados os cenários de crescimento econômico. Na quinta seção são discutidos os resultados das simulações realizadas por meio dos cenários. Conforme esses resultados, para atingir a meta do IPCC estabelecida em 2014, considerando a eliminação do desmatamento até 2050 a uma taxa constante, o conteúdo de carbono (toneladas de CO2 equivalente por PIB) da economia brasileira (descontado o desmatamento) deveria ser reduzido a 57,44%; 41,27%; 30,48% e 22,31% em relação a 2018, considerando, respectivamente, um crescimento do PIB por habitante de 0%, 1%, 2% e 3% ao ano, e um crescimento populacional anual de 0,35%. Conclui-se que a total eliminação do desmatamento no Brasil até 2050 é uma condição praticamente incontornável para que o país possa ter um crescimento econômico compatível com as metas de redução das emissões de GEE estabelecidas pelo IPCC em 2014.

Autor: Benedito Silva Neto

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